A SSAB planeja acelerar em 15 anos a sua conversão para produzir aços que não empregam combustíveis fósseis

“Nossos clientes estão exigindo os produtos produzidos sem combustíveis fósseis da SSAB. Podemos resolver os desafios técnicos e temos uma forte posição financeira. Se pudermos resolver a questão das licenças ambientais e do fornecimento de energia junto com a sociedade, poderemos fazer a transição 15 anos antes do plano comunicado anteriormente. Podemos financiar o plano por meio de nosso próprio fluxo de caixa, resultando em um programa mais amplo de produtos e uma melhor posição de custos”, afirma Martin Lindqvist, presidente e CEO da SSAB. Leia o comunicado completo à imprensa sobre os planos acelerados da SSAB para se tornar livre de combustíveis fósseis.

O primeiro veículo fabricado com aços produzidos sem combustíveis fósseis já existe

O primeiro veículo do mundo feito com o aço livre de combustíveis fósseis da SSAB foi revelado em 13 de outubro de 2021 pelo Volvo Group. Não é um carro, e sim um transportador de carga usado para atividades de mineração e extração de pedras.

Em sua introdução, Martin Lundstedt, presidente e CEO do Volvo Group, disse: “O Volvo Group tem o compromisso de desenvolver novos veículos e máquinas atraentes, seguros e eficientes, que possibilitam um sistema mais sustentável de transporte e infraestrutura adotado no futuro.”

“A transição ecológica é possível e traz resultados”, observou Martin Lindqvist, presidente e CEO da SSAB. “Por exemplo, as propriedades mecânicas e o desempenho de nossos aços produzidos sem combustíveis fósseis são os mesmos de nossos graus que existem no momento. Sua conformação em peças é a mesma. A única diferença é que um método de fabricação do aço é sustentável e o outro não é.”

Um veículo de passeio ecológico até 2030

O Projeto Polestar 0 tem como objetivo construir um carro ecológico neutro, eliminando as emissões de toda a sua cadeia de suprimento. A colaboração entre a empresa sueca de automóveis elétricos Polestar e a SSAB explorará todas as possibilidades de uso do aço puro e com ferro com redução direta (DRI via hidrogênio verde). Isso inclui o uso de aços que não empregam combustíveis fósseis para substituir o aço automotivo convencional, bem como outros materiais de alta pegada de carbono.

Como destaca a revista The Drive, a “Polestar pretende construir um carro ‘verdadeiramente ecológico’ até 2030, alterando, na verdade, a forma como o carro é fabricado, ao invés de compensar as emissões de carbono através do plantio de árvores.”

Thomas Ingenlath, CEO da Polestar, observa que a SSAB, “...está demonstrando o caminho na fabricação de aços de qualidade sem emissões de dióxido de carbono. As soluções da SSAB serão inestimáveis para ajudar a Polestar a descarbonizar nossos processos de fabricação e os materiais que usamos.”

A abordagem da Polestar trará colaboração em todo o processo de desenvolvimento automotivo e sua cadeia de valor - desde seus fornecedores até seus revendedores. “A Polestar,” continua The Drive, não parece que...[para] manterá só para si as descobertas verdadeiramente significativas oriundas desse projeto”.

Enquanto isso, a Mercedes-Benz também lançou uma parceria com a SSAB, usando os aços que não empregam combustíveis fósseis em suas carrocerias até 2023. O objetivo final da Mercedes-Benz é tornar toda a sua cadeia de valor neutra em dióxido de carbono.

As emissões zero de carbono, desde os estágios primários de produção até a entrega, são o objetivo de 2030 do Projeto Polestar 0.

O aço ecológico também é para os Tiers 1

A Faurecia, uma das fabricantes líderes mundiais de componentes automotivos, está liderando a busca pela mobilidade sustentável – desde a produção de tanques de armazenamento de hidrogênio para veículos até o que chama de "Cockpit of the Future - uma cabine de condução conectada, personalizada e preditiva”.

A Faurecia é a primeira fornecedora da indústria automotiva a explorar os potenciais dos aços produzidos sem combustíveis fósseis da SSAB, visando, até 2026, construir as estruturas de seus assentos a partir de aços avançados de alta resistência (AHSSs) sem o emprego de combustíveis fósseis. “A Faurecia, por algum tempo, concentrou-se nos aços AHSS para tornar os componentes de seus carros mais fortes, mais leves e mais seguros”, observa Lindqvist da SSAB.

"Este é um passo importante em nossa jornada de neutralidade em CO₂ para as emissões de Escopo 3”, diz Patrick Koller, CEO da Faurecia.

A Faurecia já estava usando os aços AHSS Docol^® quando anunciou um de seus objetivos para 2026, de obter uma estrutura de assento de carro sem empregar combustíveis fósseis.

Um economista pergunta:

As montadoras podem se dar ao luxo de NÃO usar aços ecológicos?

“Se queremos nos tornar uma sociedade sustentável, precisamos de cadeias de suprimento ecológicas e toda a nossa produção também deve ser ecológica”, afirma Fredrik N G Andersson, professor associado da Universidade de Lund.

“Na minha pesquisa, o que descobri é que, quando os fabricantes se deparam com materiais de maior custo... eles realmente respondem tornando-se mais eficientes e mais produtivos...

“O custo mais alto dos materiais sustentáveis, dos aços que não empregam combustíveis fósseis, na verdade, não é um custo para a sociedade... Torna-se um benefício para a sociedade, não apenas para o meio ambiente - mas também economicamente. Sim, o custo para ficar mais sustentável e ecológico é grande – é um grande desafio. Mas se você estiver na linha de frente, for a pessoa que desenvolveu a nova tecnologia – e adquiriu as novas habilidades e conhecimentos – você tem uma enorme vantagem competitiva em comparação a todos os demais.

“A conversão [para materiais automotivos sustentáveis] é tecnicamente possível. É economicamente possível. Ela requer mudança das empresas, das residências, políticas. Tudo isso é possível. E as sociedades estão em constante mudança.”

Para saber como a SSAB está fabricando seu aço praticamente livre de carbono, confira o aço que não emprega combustíveis fósseis e o HYBRIT: a parceria Power-Mine-Mill que está muito à frente na corrida da produção de hidrogênio para aços DRI.

Fredrik N G Andersson, economista "Todos sabemos que as coisas atualmente não são sustentáveis...e que as sociedades mudam o tempo todo."